quarta-feira, 12 de maio de 2021

Tributo aos Sentimentos #2

 "Imigrantes. Todos nós o somos, hoje. Quando a viagem não nos move, é o entorno que nos foge, o que dá o mesmo.  Ficamos então parados, como tudo o mais indo, imigrantes a tentar entrar, todos os dias, em nós mesmos." - Elvira Virginia, O que deu para fazer em matéria de história de amor. Trecho conforme encontrado em De Espaços Abandonados, de Luisa Geisler

 

Com os traços de Isabella Proença


Tributo aos Sentimentos (2007)
Letra: bob e Thales Salgado
Música: bob e Thales Salgado

Copiamos os sentidos
Criamos inimigos
Talvez por isso sinto a sua falta
Acho que sem explicação
Vem os últimos dias
Quando acaba é apenas um começo
E o novo começo é sempre o mesmo
Esperamos a mudança
Quando ela vem, sinto a sua falta

O que foi ensinado
Não foi de todo em vão
E o meu medo já não atrapalhará
Meu medo é o seu
E é isso o que nos faz reais

Não posso ser eu mesmo todo o tempo
Existem, leis e leis e leis
A única lei restrita, a única que me interessa:
Liberdade de escolha

Mas, por ora, meu suor o vento leva
Você não precisa vir comigo
Logo volta a correr...


     Tributo foi uma das primeiras composições mencionadas no blog, em 2016. Também, pudera: sendo uma das primeiras composições da banda, ela conserva um lugar histórico na memória afetiva dos envolvidos. O post pode ver visto aqui. Seguindo as conversas com bob quanto as composições acabamos por repensar tanto a duração quanto a dinâmica desta, o resultado pode ser visto no soundcloud acima.
      Algo que passei a pensar em seguida foi: como retratar a canção? Para mim ela nunca foi a mais fácil de traduzir dentro de um conceito concreto. Foi então que, no início de maio, me deparei com um estudo da multi-artista Isabella Proença, foto abaixo, e, dele surgiu a ideia a que ela deu vida. Partiu dela a ideia da figura com o violão, todo o esquema de cores e mesmo o trecho da letra. Há uma fluidez muito maior do que a imagem que eu conseguia pensar quando entrei em contato com ela.