quarta-feira, 1 de março de 2017

Depois de Crescer

 "Sempre penso em aconselhar os professores a não obrigar todos os alunos dos ensinos fundamental e médio a cumprir um mesmo percurso, mas duvido que alguém me dê ouvidos. É assim que as escolas são. A coisa mais importante que jamais aprenderemos na escola é o fato de que coisas importantes não podem ser aprendidas na escola" - Do que eu falo quando falo de corrida, Haruki Murakami


Depois de Crescer (2012)

Quantas vezes hoje, ontem, sempre penso em crescer
Das coisas que eu fiz pra as coisas que ainda vou fazer
Por noites um sorriso embriagado na mesa de um bar
Em dias passos bem desafinados ruas vão levar

Eu só não sei
Eu só não sei de mim

Nunca tive pressa para chegar ao mesmo lugar
Sonhos vem e vão nem da tempo de realizar
De tudo que eu quero, sonho, sei que um dia vou ter
Quatro amigos, uma banda, o necessário pra viver

Eu só não sei
Eu só não sei de mim

Química e Física e também a Filosofia
Me distanciando da história de minha geografia
Estudos em que me debruço sem vontade de estudar
Onde estão o baixo, a guitarra e a bateria?

Quando me pergunto o que serei depois de crescer
Fico surdo, mudo, cego e nem sei o que fazer
Engulo a seco a resposta certa para poder viver
Tenho uma resposta mesmo incerta eu vou te dizer:

Eu só não sei de mim
Eu só não sei
Eu não sei de mim
Eu nunca sei de mim
Eu não sei


         De quando em vez disparo perguntas aleatórias ao redor. As réplicas podem tomar diversas formas. Semana passada mesmo, apontei para Bruno querendo saber o que ele mais gostava de fazer. Tomado de espanto, ele se pôs reticente. Após recarregar a arma questionadora, inquiri sua palavra favorita e, para ele, foi aumentar a dificuldade do jogo. Ele falou como se "não soubesse dele", evocando a própria composição involuntariamente! 
         Bruno me mandou essa letra no dia 10/03/2012 e, desde então, sua composição rondou por meus arquivos. Cinco anos depois, ela ressurge para brindar seu dia! Ele ainda se lembra dela? A ouviu alguma vez no decorrer? São respostas que não tenho. A Falsa Modéstia como banda não mais existia nesse período, era, se muito um conceito. Uma banda fantasma. Ao mesmo tempo, Bruno sempre esteve envolvido na música de maneira concreta, pulsando as cores de intensas emoções em baixa frequência. Que assim seja por muitos anos!

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