"Quais foram as grandes lições que você aprendeu com esse período conturbado até o momento? Acredito que foi essa travessia para dentro de si. A gente se vê sozinho para não continuar vivendo sozinho. Para recuperar os laços. É um paradoxo." - Fabrício Carpinejar em entrevista para Jocé Rodrigues, Cândido - Jornal da Biblioteca Pública do Paraná, 30/11/2020
Print do site do escritor Rodrigo Mutuca Antes de seu site ser aposentado Colega na oficina de crônicas de Carpinejar Foi o primeiro a publicar um texto meu (fora deste blog) |
Um dos aspectos que me interessavam nos tempos pré-pandemia era a possibilidade de realizar cursos/workshops por aí. É possível fazê-los em casa? #simecomcerteza mas não é a mesma coisa. Datando este post: estou vivendo a expectativa para o Tradução de literatura japonesa: reflexões e debates pela plataforma Momonoki, com a profª Rita Kohl. Mas não creio que haverá espaço para conversas paralelas entre colegas que me levem a descobrir que alguém no Centro Cultural b_arco, está ligado a mim por menos de seis graus de separação, como ocorreu com a escritora Valéria Rezende que já conhecia uma das pessoas mais recorrentes em menções neste espaço: o designer baixista bob que recentemente fez sua estreia enquanto roteirista, colorista, montador e diretor com o clipe para a canção Ressaca dos Olhos, parceria de Luan Magustero e Pedro Santos.
As reuniões via Microsoft Teams e Google Meet são ótimas para momentos expositivos ou para conversas entre um conjunto pequeno de pessoas, mas, ou muito me engano, ou não favorecem a interação ao pensarmos em um grupo com algumas dezenas - é, sabe aquela coisa de cutucar a pessoa que está a seu lado apenas para mencionar algo, ou utilizar o bom e velho "msn paper" (citar MSN é cringe, gente? é noia minha? 😅) para fazer um comentário à caneta. As vozes não vão se sobrepor, é um outro tipo de interação e, se você tem aulas com algum modal virtual e acha que estou falando bobagem e há outras possibilidades, como usar o chat ou o WhatsApp Web na aba do lado, fique à vontade para mencionar nos comentários. Afinal, como é de costume, divago. O assunto deste texto é o mesmo da foto que ilustra o post, sim, tem a ver com o Danoninho mesmo.
Em 2017 decidi repetir a dose em um curso com o escritor, jornalista e professor universitário Fabrício Carpinejar,
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Spoilers do texto no Moleskine |
A segunda experiência foi bem menos intensa, mesmo considerando ter começado
Não consigo recordar qual foi a indicação do professor para a atividade, mas lembro que o subtítulo, por muito tempo era "sem meter a colher". Mas optei por Texto de 4cm para tentar obter uma característica cinestésica e, fica por isso mesmo, não é como cada frase tivesse sido escolhida com uma intenção específica. Chegamos ao quinto parágrafo não planejado e, em momento algum, minha intenção era investir tanto tempo no introito. Fica um salve para a escritora dançarina Jolie Cardoso, que ao comentar ter se inscrito no curso Escrever Cura, de Carpinejar, me colocou em mais um capítulo da "Saga das memórias involuntárias" que teve sua primeira parte em: Letras sobre decepções zodiacais. Se você chegou até aqui... fique com o texto:
Texto de 4 cm
(Escrito por Thales Salgado em 23/02/2017)
Rompo o lacre e me deparo com aquela perfeição rósea. Salivo indeciso com a ideia de pressionar com o indicador para sentir a consistência. Meter uma colher no Danoninho de morango é uma ofensa!
Alumínio, madeira, plástico, o material que for: subterfúgios violentos. É o sabor da colher e ninguém gosta disso. Há coisa melhor que o eco de um queijo francês - É um queijo mesmo, acredita que tem quem confunda com iogurte? - aromatizado artificialmente de morango na intimidade de seu músculo mais forte? Controlar os movimentos deveria ser a única linha de ação.
Cada potinho é um universo do alto de seus 4cm. Ninguém precisa da língua de um integrante do Kiss: não haverá resistência, por isso mesmo, comer Danoninho com a língua é uma arte da lentidão.
Conheço quem prefira usar os dedos, opção até digna; Haverá pele e unha, todavia. A língua veste todos os sabores, abandonar colheres é intuir a essência.
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