domingo, 22 de abril de 2018

Palpitar

"A questão talvez não deva ser analisada na base do certo e do errado. Há escolhas erradas que produzem resultados satisfatórios e escolhas corretas que levam a resultados catastróficos." Haruki Murakami, O Elefante Desaparece.



Palpitar (2013)

Se pacto não há
Resta-me retratar
Teus rastros como um mural de Rivera
Tocar na sua dor
Com a pureza da chama
E se quiser que atire no poema
Pois a canção é tudo
E se há coração
Ainda vive em permanente assombro

Padam Padam
Havemos de amanhecer

Meus versos sufocados
A nossa treva brilha
Eu ouço vozes, serão armadilhas?
Ainda que mal respondas
Quero tuas verdades
Pois que ninguém me rouba tua ausência!
Meus lamentos à parte
O que me importa a aurora,
Se você for mar aonde anda a onda?

Padam Padam
Havemos de amanhecer
Mas só no dia nunca igual

       Uma composição referencial. O padrão circular da melodia surgiu de uma incapacidade em sair do padrão tocado. Dessa maneira, a intenção foi tentar modular a voz inspirado em Hélio Flanders. A esta altura o terceiro álbum da Vanguart já havia saído? Se não, a proximidade com o fato tornava a ansiedade palpável. Edith Piaf possui uma famosa canção com Padam, meu uso advém da canção homônima de Benjamin Biolay. Há menções a Truth de Alexander Ebert, o que coloca esta composição na espera pelo fim de Breaking Bad. O solo de guitarra evoca brevemente John Mayer em sua fase Continuum. As conversas com minha amiga Kariny traziam poemas e, assim, algo de Quintana caiu na letra. O que trouxe Diego Rivera para a canção?

Nenhum comentário:

Postar um comentário