sábado, 25 de junho de 2016

Homônimo

“Digamos, portanto, que a ideia do eterno retorno designa uma perspectiva em que as coisas não nos aparecem como é costume, porque nos aparecem sem a circunstância atenuante da sua fugacidade. Essa circunstância atenuante impede-nos, com efeito, de pronunciar um veredicto. Poderá condenar-se o que é efêmero? As nuvens alaranjadas do poente iluminam tudo com o encanto da nostalgia; ” Milan Kundera – A Insustentável leveza do ser

      O sangue espirrara dentro do corpo oco. Ainda assim prosseguiu tencionando escrever, a tensão interna tensionando as cordas até a mais frágil partir. E. O aço substituía as lâminas de outrora, cortes superficiais. Duzentos meses sem resposta, conservava, ainda, certezas absolutas... fosse um filme seu eu futuro o confortaria de alguma maneira! não era um expediente com o qual pudesse contar, todavia. Intensificou o toque, o rebote por pouco não o feriu no instante em que B se partia. GDAE. 
    A balada do inimigo lhe ecoava, ainda havia algo a dizer. As quatro cordas tinham que servir. Díades dos deuses. Nem tanto ao céu, era apenas a opção que, então, possuía. De antemão decidira, aquele nascimento seria batizado com o mesmo nome da banda. Assim foi: 




Falsa Modéstia (2008)
Letra e música: Thales Salgado

O frio está tão perto
E as marcas da solidão
Já nos calaram há tanto tempo
Que agora é “deixe estar”
Toda a carência traz paranoia
E quem é que vai se acostumar
Com os lamurios, com os lamentos
Daqueles que não tem casa?
A sua mente envenenada
Seus labirintos quebrados
A consciência está despida
De todo o senso de bondade

Vai saber quem está com a razão
Decidiu se ausentar e deixou
Com as borboletas as respostas
Sem poder falar

Tantas palavras despedaçadas
Nossa justiça nos levou ao fundo
Fuga, outra prisão
O mundo todo em guerra
E eu a falar de amor
Vigília eterna pros condenados
Não é revolta e nem vai acalmar
O astro-rei nos abandona
E aguarda nossa extinção.






Spiral out, keep going 




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