quinta-feira, 9 de julho de 2020

Silêncio

“Eu comecei a gravar a maioria de minhas partes para o By The Way em fevereiro. Na verdade, eu provavelmente gosto mais de estar em estúdio do que em um palco, mais por você poder pegar um momento e captura-lo pela eternidade apenas por pressionar o botão ‘Gravar’. Esse é um maravilhoso e poderoso sentimento para mim.”  John Frusciante em entrevista da banda para o site www.loudersound.com em 2002

Ilustração fractal gerada para o blog

      
      Hoje o álbum By the Way completa 18 anos e, ainda que eu tenha consciência de nunca não ter criado algo tão harmoniosamente contundente, tenho uma sensação referente ao registro similar à do John de 32 cuja frase inicia esse texto.
        Tanto que, na madrugada do dia 5 de julho, peguei minha craviola e decidi tentar fazer uma música. Sem pensar se possuía algum verso despido de canção, decidi que retornar ao Meu Livro de Poesia, de Kariny Camargo, e revisar se, ali, haveria algum poema autoral de que eu pudesse utilizar. Fui lendo por alto um a um, entre os que foram postados durante 1866 dias e, entre eles, escolhi um de nome “Silêncio”
      Por alguma coincidência, o poema foi postado no dia anterior a postagem de Fotografia, que musiquei em 2013. Desprendi por volta de 1h30 junto ao violão tento a intenção de manter palavra por palavra como encontrei. A única ousadia foi, quase sem querer, inserir o verso final de “Hermético como Memória”, uma composição de 2017: “É só silêncio”. Obviamente, parece conveniente que este parágrafo traga descaradamente a coincidência e o acidente, foi como se sucedeu, todavia.


Versos como encontrados originalmente

      Assumi que as palavras sejam de Kariny, tanto por estarem em seu blog, quanto por não contarem, como pode ser visto no print, nenhuma outra identificação. Há lá, além de Florbelas, Pessoas, Drummonds, Vinicius, uma série de autores outros: Mago, DDN, HDP... Eles surgem para mim como um tipo de mistério à prova de Google. De modo que, em respeito, não tomaria suas palavras sem consentimento, como é meu hábito vez ou outra com palavras escritas por amigas e amigos, com quem, mesmo que ilusória, teço uma ideia de possibilidades melódicas concretas a partir de alguém “real”.
     Poderiam os versos pertencem a outrem? Sem dúvidas. Até o fechamento desta edição, não recebi dela uma confirmação de autoria ou algo mais referente à composição, deixo, então, esta ressalva. Abaixo, "a letra" mais por questão 

Silêncio (2020)
Letra: Kariny Camargo (?)
Música: Thales Salgado

Eu não lamento,
Não lamento por te ter como um amigo.
Há um amor que encerra liberdade
E uma paz,
Uma paz de te amar somente aqui
Comigo.

Uma paz que por vezes me atormenta,
Que me faz rir e que não mais me faz chorar.

Não te quero pois não sou digna do amor.
Porém há um amor de sincera eternidade...

(Certa de que vai como veio...)

“É só silêncio”

       Parei, pensei, filosofei se seria prudente fazer o upload dessa composição conforme foi realizada, com um arranjo de baixo e bateria feitos no Mixcraft 9 e concluí que, sim. Não por estar bom ou por soar bem, afinal, minha aproximação com elementos percussivos de forma ativa ocorreu tão paulatinamente quanto é possível, mas, justamente por isso. Ter capturado as horas em que batuquei, às cegas, pelas teclas do teclado, sem a menor coordenação para tal.
       Como se eu estivesse escrevendo uma carta para o www.futureme.org será que, daqui à cinco anos, ao me deparar com este texto notarei como evoluí ou serei testemunha de outra abismal estagnação? Se eu viver, verei.

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